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Devaneios

AS COISAS QUE MAIS GOSTO NA VIDA IX

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Em pleno mês de Janeiro urge expor uma temática bem séria (agora não vamos brincar): mangas molhadas. Podem-me fazer de tudo: porem-me num autocarro em direção à Trofa carregado de gunas a ouvir tecnadas sempre ali a rasgar nos decibéis; amarrarem-me à fila da frente num concerto do Pedro Abrunhosa; a apanhar um elevador num arranha-céus com a Cristina Ferreira a falar, a falar, a falar; a ter que dar inúmeros exemplos de coisas que não aprecio… enfim, qualquer coisa menos água nas mangas! Isso não! Não tenho estrutura mental para aguentar esse ultraje.

Está claro que no Inverno o drama adensa-se. Ah, quando a água da torneira ainda está fria e um indivíduo durante a lavagem dos pratos permite acidentalmente o escorregar da substância líquida pelo pulso abaixo. É um dia estragado! Mais, é uma semana inteira perdida. Acabou, não falem mais comigo. A vida perdeu qualquer sentido. Como pode Deus existir num mundo em que a humidade tortuosa e permanente no antebraço é um fenómeno tão comum?!

Vejam este meu caso verídico. Uma vez apanhei uma pneumonia que culminou num internamento hospitalar e agora, em retrospetiva, tenho a certezinha que a causa foi mangas molhadas! Eu tinha ido lavar os dentes e caiu-me um bocado de pasta na camisola, o que me forçou a passar a sua porção mais distal por água. A febre veio logo pouco após. Na verdade é uma história que, claro, entre momentos deveras pouco agradáveis, até nem acaba mal de todo. A comida no hospital era boa e nunca me hei-de esquecer daquele bacalhau-à-brás. E lá ninguém me dizia que tinha prazos para entregar artigos.