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Devaneios

TRONCO CEREBRAL

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José Pedro Rocha

José Pedro Rocha

Soube de uma notícia que me deixou em choque. Era uma notícia escrita em braile numa cerca elétrica. É a prova de que o jornalismo está a expandir-se para todas as plataformas. Ainda outro dia estava sentado numa pilha de vidro partido, a protestar contra a violência doméstica (o conceito, não o ato), só porque não tinha mais o que fazer, e o meu aspirador começou a tocar o jingle da TSF. Ou então talvez tenham sido os cortes do vidro que me fizeram perder sangue e começar a alucinar. Ou pode ter sido alguma coisa com a água que trouxe que mantenho num garrafão, para beber quando tenho quebras de tensão.

Eu fascino-me sempre com aquele garrafão. Saem de lá coisas espetaculares devido à concentração de micróbios e cenas, que só fazem bem à saúde obviamente. Outro dia, saiu de lá uma bactéria do tamanho de um pato e comeu-me a mesinha de cabeceira. Agora vocês perguntam-me como é que o bicho saiu do garrafão, ao que eu respondo que é um garrafão de 7500 litros, mas que tem na mesma uma rolha de enroscar e aquelas dobras de lado para ser mais fácil de pegar nele.

Por falar em mesinhas de cabeceira, sabiam que o IKEA vende comida? Eu não sabia, acabei de dizer a mim mesmo e fiquei chocado. Vendem principalmente bolachas Maria feitas de serrim e portas em contraplacado como comida de cão. Têm um carpinteiro na cozinha em vez de um chef, e a vestimenta apropriada consiste numa t-shirt que era ligeiramente curta há 10 anos atrás e que agora é só uma espécie de sutiã masculino, e um lápis atrás da orelha direita. Eu acho que o facto de ter comido no IKEA se deve a uma falha de comunicação, provavelmente quando alguém escreveu restauração (de móveis) em vez de restauro. E o resto são pãezinhos verdes.

Não sei se na secção de restaurante do IKEA também há assédio dos patrões para com as empregadas, mas sei que na restauração é uma coisa recorrente. A prova que eu tenho disso é que a minha comida vem sempre muito salgada, o que eu suspeito que ou é por terem as mãos escorregadias e deixarem cair sal a mais, ou por as próprias mãos já virem salgadas, ambas as situações comprovando uma fonte de sal e humidade constantemente presente no local de trabalho.

É por este tipo de coisas que eu sou a favor da existência da ASAE. E quanto mais dura melhor, como tudo na vida. Já a minha avó dizia, dura fiscalização alimentar e económica sed fiscalização alimentar e económica. O ponto final também está em itálico, não sei se repararam. Chama-se arte, meus amigos.

Acho que se devia dar mais poderes à ASAE e deviam-lhe ser transferidos os meios do exército para permitir mandar um missilzinho balístico contra os restaurantes, para se fazer as vezes do IVA a 23%.

Quanto a isto dos restaurantes fecharem todos, não podemos culpar o Sr. Dr. São João de Passos de Coelho, porque para ele os restaurantes são uma futilidade. A mulher dele cozinha excecionalmente bem. E eu tenho um pouco de pena do senhor, porque sei de fonte Segura que o despertador dele ainda é o “Bem Bom” das Doce e que depois de acordar começa a chorar e deita a cabeça na sanita e abre o autoclismo para disfarçar as lágrimas.

Passos Coelho é um homem cheio de sorte, não tem razões de queixa da vida. O cabelo até lhe começou a ganhar cor outra vez e tudo. Por este andar, com pinturas de cabelo e afins, e começa a usar um fato de manga cabeada para mostrar os seus bíceps eleitorais, bíceps esses que não serão uma exibição por aí além quando comparado com Paulo Portas, que é o equivalente político daqueles homens que andam de gabardine sem nada por baixo e a abrem para mostrarem, tanto Paulo Portas como os homens de gabardina, a sua posição centrista.

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