Devaneios
DIÓXIDO DE CARBONO
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Marta Pinha
Não acho que o amor seja espasmo do coração
Porque sempre te senti no topo dos meus pulmões,
Com reflexo no meu sangue
E iminente na minha voz.
Mas com o tempo,
Esse cruel conceito humano,
Tornaste-te mais dióxido
Do que alguma vez foste oxigénio
E no impulso da madrugada
Forcei-me a respirar.
E ainda que o ardor na garganta
Peça o sufoco que tu és,
Desviei-te para debaixo das costelas
Para viveres no canto esquerdo do meu baço
Para que, ainda te mantendo em mim,
Possa viver sem o espasmo constante
Do grito que as tuas mãos tiravam de mim.
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