Devaneios
REMINISCÊNCIA
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Joana de Sousa
«Numa ânsia de ter alguma cousa,
Divago por mim mesmo a procurar,
Desço-me todo, em vão, sem nada achar,
E a minh’alma perdida não repousa.
Nada tendo, decido-me a criar.»
Mário de Sá Carneiro
Não sou ninguém.
Minha alma é incerta;
Paralelamente inquieta.
Nunca fui alguém.
Tantos de mim, alma tão estreita.
Que mal tão grande, que triste maleita.
Cansa-me ler, cansa-me o que li.
Cansa-me o que está para ler, e o que vi.
Cansa-me escrever, desassossega-me,
Dói-me o que ainda não escrevi.
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