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Sociedade

A VERDADE NA CASA DA MÚSICA – TEDxOPORTO 2017

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O primeiro painel do dia começou pelas 9 horas e trouxe ao palco vários oradores para falarem sobre “Imersão”. Zita Martins e Júlia Shaw começaram por falar sobre as memórias e a astrobiologia. De seguida, Jorge Rosado subiu ao palco para falar, um pouco como anteriormente, sobre as memórias. Palhaço de profissão e diretor artístico da associação Palhaços d’Ospital há nove anos, Jorge falou do impacto do seu trabalho nas vidas de quem não sai de um quarto de hospital. Para o orador, trazer um pouco de alegria a quem menos a tem é o que faz o seu trabalho valer a pena. “Estamos tão focados nas nossas agendas que nos esquecemos do outro. Mas é tão fácil fazer magia”, explicou.

Luana Cunha Ferreira encerrou o primeiro painel com uma talk sobre infidelidade. A oradora, psicóloga clínica, acredita que “a infidelidade é um conjunto de verdades desconfortáveis”, das quais diferentes consequências podem surgir. Quando há infidelidade entre casais, essa infidelidade raramente se deve ao desejo de estar noutra relação. Segundo Luana, “A traição é individual, não tem que ver com o parceiro. Eu quero fugir da pessoa que me tornei na relação.”

Após a intervenção do humorista Nilton e um coffee break, deu-se início ao segundo painel. “O Estado das Coisas” foi o mote da discussão e recebeu como primeiro orador Pedro Santos Guerreiro. O diretor do expresso trouxe conferenciou sobre a importância da palavra, da inspiração e da cultura.

A segunda oradora, Jacqueline McGlade, trouxe ao palco uma reflexão sobre aquecimento global e a vontade que temos de fazer com que as coisas mudem. “It’s not going to get any different. What are we willing to do to change this?” (Nada vai mudar. O que estamos nós dispostos a fazer para mudar isto?) foi uma das questões feita pela oradora, que acredita que fazer parte de uma comunidade faz parte de como lidamos com os desafios e problemas. Ainda dentro de comunidades e ambiente, Jacqueline McGlade falou sobre a tribo Masai e os seus valores.

O segundo painel terminou com as talks de Felipe Pathé Duarte e de Max Lawson. Dentro da temática do terrorismo, Felipe acredita que o que nos leva a desconfiar ou não de determinada etnia ou religião está interligado com o grau de confiança que estabelecemos com ela. O orador encara o medo como “uma doença auto-imune”, que está “progressivamente a condicionar-nos”.

Max Lawson terminou a parte da manhã com uma talk sobre “fighting innequality”. O fosso entre ricos é pobres é cada vez maior e cada vez menos se faz para o diminuir. “Why is inequality important? Poverty increases and the wealth of billionaires rises” (Porque é que a desigualdade é importante? A pobreza aumenta e a riqueza dos bilionários cresce), afirmou. Para o orador, a ideia de que existe mobilidade na sociedade é uma ilusão. Quem nasce pobre assim continua e quem nasce rico cada vez mais riqueza acumula.

Terminada a parte da manhã, seguiu-se o almoço, cedido pela organização do evento em conjunto com os parceiros. A parte da tarde começou por volta das 15h e trouxe a debate a temática “novo eu”. Joana Cottim abriu o primeiro painel da tarde para falar sobre a surdez e a língua gestual. Para a oradora, a sua verdade “não é menos verdade que a de outra pessoa qualquer”. A consequência da sua surdez é a língua gestual. “Nós temos voz, ela sai das nossas mãos. É como os gritos de guerra. Não somos mudos”.

Filipe Mesquita abriu a sua talk com reflexões sobre trabalho e identidade. O co-fundador da This Is Pacifica defende que “devemos trabalhar com pessoas e não para as pessoas”. Ao depositarmos a nossa identidade naquilo que fazemos, trabalhamos connosco e com os outros e deixamos a nossa marca no mundo. Segundo Filipe, “é na nossa singularidade, na nossa identidade, que podemos deixar a nossa marca no mundo”.

Susana Cadilha e Verónica Orvalho fecharam o primeiro painel da tarde e trouxeram ao palco talks sobre as emoções, a ética e moral e a comunicação digital. Para Susana Cadilha, “consultamos as emoções quando reagimos às situações”. O ser humano, independentemente dos seus valores morais e éticos, está permanentemente dependente do seu estado e disponibilidade emocional para conseguir uma reação imediata às situações que enfrenta. Assim, nem sempre temos domínio total sobre o que sentimos e a reação que temos a situações de urgência. “Ter noção de que não se tem o domínio absoluto é ter um bocadinho mais de domínio”.

O último painel do dia contou com talks de Luís Sarmento, Aurélie Salvaire e José Soeiro. O mote foi “virar a página” e trouxe reflexões sobre programação e tecnologia, a sua importância nas nossas vidas, o feminismo e a mudança.

A conferência contou também com a presença de Jay Herratti, diretor executivo da TEDx a nível mundial. Já no palco, Jay falou sobre o poder das TED talks e de como conseguem mudar mentalidades. Houve também, ao longo do dia, várias performances. Batucada Radical atuou antes do início da sessão da tarde e o palco da Casa da Música recebeu, também, dança contemporânea com CIA In Progress.