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Crónica

NOUS SOMMES LIBERTÉ

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image«Je préfère mourir debout, que vivre à genoux

Antes de avançar, quero primeiramente clarificar um ponto. Eu, que quinzenalmente expresso aqui a minha opinião, o meu ponto de vista por palavras e devaneios, só me é permitido que assim o faça livremente porque em 1974 bravos homens trocaram balas por cravos e conquistaram a liberdade de expressão para que todos nós dela pudéssemos usufruir.

7 de Janeiro de 2015 marca o dia em que, em Paris, dois homens com armas de fogo assassinaram um grupo de pessoas que do lápis fazia a sua arma contra o ódio, a opressão, a tirania e, acima de tudo, a realidade.

Charlie Hebdo, assim se chama o jornal que foi vítima do ataque. Mas, o mais importante a reter aqui é que este não é um qualquer jornal, o que porventura nos traz ainda mais mágoa com o sucedido. Este é um jornal que, através de desenhos, nos mostra a brutalidade, a insanidade, a desfiguração desta realidade em que vivemos, mas sempre com o intuito de nos fazer soltar uma gargalhada ao encarar a realidade no espelho, os problemas, os conflitos, os ódios expressos em desenhos. Isto não só nos leva a encará-los, através de desenhos que espelham a realidade, mas o seu lado cómico toca-nos e leva-nos a reconsiderar a realidade.

«Je Suis Charlie» espalhou-se de imediato como um grito de liberdade pelas redes sociais e pelos órgãos de comunicação. «Je Suis Charlie» são todos aqueles que usufruem da sua liberdade de expressão, a mesma que em tempos foi conquistada para que hoje, por exemplo, este texto possa acontecer. São aqueles que se munem de um lápis, ou uma caneta, e um pedaço de papel e aí se expressam. São essas as suas armas contra o ódio, a guerra, a opressão e o extremismo que tentou impor limites na nossa liberdade de expressão. São aqueles que se erguem com coragem e usam a sua voz.

Aplaudo de pé todos os que, desde o dia 7de Janeiro saíram às ruas por todo o mundo, num grito silencioso pela liberdade de expressão. Sair à rua depois do sucedido é um ato de coragem e união. Nós somos Liberdade, nós não temos medo, nós marchamos juntos.

Uma história em particular dispersou por vários órgãos de comunicação. Uma mãe, no dia do atentado, foi buscar o seu filho de nove anos à escola e o filho contou-lhe que, naquele dia, a professora lhes tinha mostrado e descodificado cartoons do Charlie Hebdo. A mãe elucidou o seu filho sobre o que tinha acontecido. O menino de nove anos prontamente afirmou à sua mãe que depois desse dia queria ser cartoonista.

A 7 de Janeiro de 2015, o Charlie Hebdo não faleceu. A 7 de Janeiro de 2015, uma nova geração do Charlie Hebdo nasceu.

Hoje, dia 14 de Janeiro de 2015, sai a primeira edição do Charlie Hebdo depois do atentado à sua Liberdade.

Voilá le portrait sans retouches. Nous sommes la Liberté avec un crayon. Nous sommes debout ensemble pour la Liberté. Nous marcherons ensemble.

«L’amour: plus fort que la haine.»

Je suis Charlie.

Charlie Hebdo, éternellement.

 

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