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Política

Turismo e Viagens: Companhias áreas à espera para levantar voo

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A Transportadora Área Portuguesa (TAP) admite retomar no imediato 71 rotas a partir de Lisboa e apenas 3 rotas a partir do Porto. Fonte: www.flytap.com

A Transportadora Área Portuguesa (TAP) admite retomar no imediato 71 rotas a partir de Lisboa e apenas 3 rotas a partir do Porto. Fonte: www.flytap.com

A Comissão não aconselha os cidadãos a viajar para fora da união europeia até ao final do ano ou até a pandemia se encontrar numa situação mais estável e com tratamento disponível.

Apela assim a que as viagens se realizem dentro da Europa e com muita cautela, de forma a que sejam evitados constrangimentos ou futuras retenções no estrangeiro.

A comissária europeia dos transportes frisou que, no início do surto pandémico, houve várias pessoas que se encontraram nesta situação, e de forma a resolver estes casos foi necessário organizar voos para repatriar aqueles que se encontravam mais longe e não tinham como regressar.

Continuam as restrições às viagens áreas na União Europeia

A partir da informação disponível na página online da Comissão Europeia, é possível confirmar que ainda existem várias restrições quanto às viagens. Em Portugal, por exemplo, as viagens internacionais estão totalmente proibidas, os aeroportos encontram-se apenas disponíveis para aterragem de voos de repatriamento. Para estas situações, apenas foram excluídos os países em que a situação se verificou mais grave, Itália e Espanha.

Numa reunião, a 17 de março, os chefes de Estado e Governo da União Europeia acordaram numa interdição para entradas aéreas internacionais por um prazo de 30 dias. Esse prazo foi alongado até 15 de maio, por sugestão da Comissão Europeia.

Até ao momento, ainda não há uma previsão para o levantamento destas restrições, uma vez que, as viagens internacionais podem trazer alguns retrocessos na evolução do combate à situação epidémica.

União Europeia recomenda material de proteção e não quer lugares vazios

De forma a manter a viabilidade quer económica quer da saúde pública, a Comissão Europeia defende que a melhor alternativa será aconselhar a utilização de equipamentos de proteção individual.

Um dos problemas da deslocação via aérea é o custo associado. Por exemplo, nos transportes terrestres, como sendo o autocarro, metro ou comboio, é mais fácil impor um número máximo de passageiros ou distâncias de segurança, uma vez que, os custos de operação são significativamente mais baixos. O mesmo não se passa com o transporte aéreo. Para a viabilidade económica do voo, as companhias aéreas devem ter uma lotação de pelo menos 65%, uma percentagem que se tornará impossível atingir, caso seja necessário cumprir medidas de distanciamento.

Entre as diferentes companhias aéreas, a posição não é unânime. Umas defendem que para voltar a ter passageiros será preciso primeiro restabelecer a sua confiança, o que apontaria para voos com uma lotação menor. Outras dizem que viajar de avião é um risco que as pessoas devem avaliar e, por isso, não aceitam retomar atividade se tiveram de voar com um grande número de lugares vazios.

Bruxelas está a desenvolver um conjunto de medidas de forma a clarificar aqueles que pretendam viajar. O plano até agora traçado aponta para uma fiscalização mais intensa no local de partida, embora as autoridades no local de destino também devam assegurar a segurança, quer dos que já lá se encontram, quer dos que acabam de chegar.

Em território nacional, o transporte aéreo passou a ser limitado a dois terços da lotação máxima de cada avião.

UE não altera regras para os ‘vouchers’

Alguns dos países da União Europeia tentaram convencer a Comissão Europeia a reverter a posição quanto aos reembolsos para voos cancelados, mas sem sucesso. O pedido dos diferentes países tinha o objetivo de tentar reduzir os prejuízos económicos que as companhias aéreas vivem durante este surto.

Países como Portugal, Bélgica, França, Holanda, apelaram a uma alteração temporária do regulamento para os reembolsos das viagens, a fim de evitar ainda mais problemas na liquidez financeira das companhias aéreas.

Adina Valean, comissária europeia dos transportes, afirmou que está nas mãos destas empresas tornar os ‘voucheres’ de reembolso mais apelativos, uma vez que a alteração do regulamento podia resultar numa perda de confiança por parte dos passageiros nas companhias aéreas.

Assim, a regulamentação quanto às devoluções irá permanecer inalterada.

Caso Português e discrepância entre o número de voos de Lisboa e Porto pela Transportadora Aérea Portuguesa (TAP)

A chegada da pandemia fez parar o turismo em Portugal. Grupos hoteleiros sem receitas, viagens aéreas canceladas e uma classe de trabalhadores com o seu emprego em causa. A cidade do Porto, não sendo exceção, viu as receitas da atividade do turismo cair de forma abrupta, e não é expectável que retoma chegue este ano. De acordo com o autarca do Porto, Rui Moreira, “temos de começar a olhar com expectativa para a próxima primavera”. No entanto, admite que será muito complicado voltar à normalidade enquanto não houver uma forma de tratamento para o vírus SARS-Cov-2.

A data de 18 de maio foi anunciada pela TAP como o início da retoma de alguma da sua atividade com uma redução drástica do número de voos semanais. A companhia aérea admitiu retomar com 71 rotas a partir de Lisboa e apenas 3 rotas a partir do Porto. A discrepância entre o número de rotas das duas cidades gerou polémica. Sobre o assunto, a administração da companhia aérea de bandeira portuguesa alegou ser uma das muitas hipóteses para o regresso a alguma atividade da empresa, enquanto a reação de Rui Moreira foi considerar “um insulto” a decisão da TAP quanto ao número de voos a partir do Aeroporto Sá Carneiro. Referiu também que a TAP não pode ser vista como uma companhia nacional, mas sim como uma companhia regional que usa fundos de todos os contribuintes portugueses. Neste contexto, referiu também que: “Não se pode é continuar a exigir aos empresários e cidadãos das restantes regiões do país que paguem um serviço regional, com base em decisões não escrutináveis e tomadas por privados no uso de dinheiros públicos”. Rui Moreia manifestou, assim, a sua estupefeção pela decisão da companhia, considerando um “assalto à região que mais contribui para a economia nacional continue”.

Artigo da autoria de Ricardo Terrinha. Revisto por Miguel Marques Ribeiro.