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Educação

ELEIÇÕES NA FAP: PRIMEIRA MULHER PRESIDENTE?

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“Por uma prioridade na Educação” – é o mote da FAP. Ana Luísa Pereira tem como objetivo, caso seja eleita, continuar este legado, mas sempre apostando na “renovação”.

Ana Luísa Pereira tem 24 anos, atualmente frequenta o Mestrado em Gestão das Organizações, na Escola Superior de Tecnologia e Saúde do Porto (ESTSP) e tem uma vasta história ligada a movimentos estudantis. Ana participou na associação de estudantes durante quatro anos, assumindo os cargos de vogal, vice-presidente e presidente, este último, durante dois anos. Desde 2014 que a candidata à presidência da FAP exerce funções como tesoureira na Federação, a convite do atual presidente, Daniel Freitas, que cumpriu dois mandatos como presidente (2015 e 2016).

Este caminho deu a Ana alguma “experiência” e “noção de responsabilidade”, que utilizou para tomar a decisão de se candidatar e escolher uma equipa que fosse “coesa e equilibrasse experiência com renovação”.

Na lista encabeçada por aquela que pode ser a primeira mulher presidente da FAP, Pedro Queiroga, aluno do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) assume a função de tesoureiro. Luís Ferreira, da Faculdade de Economia e Gestão da Católica e Rodrigo Medeiros, da Faculdade de Desporto (FADEUP), são os candidatos aos dois lugares de vice-presidente. Na mesa de Assembleia Geral, o candidato da Lista A a presidente é Tiago Oliveira, também do ISCAP. Ao Conselho Fiscal concorre Rui Pedro Pinto, da Universidade Lusíada do Porto (ULP).

“Queremos ir mais longe em 2017”

Ana Luísa Pereira considera a FAP o “motor da Academia” e, por isso, pretende continuar com o que foi feito no mandato anterior, mas quer “ir mais longe em 2017”. “A FAP atingiu hoje uma maturidade bastante significativa nas suas atividades, na sua representação política e nós queremos construir sobre esses alicerces, melhorando essas atividades”, explica.

Daí que o programa da lista A integra estes mesmo pontos. O objetivo dos candidatos é defender a FAP enquanto estrutura de representação política, motor de uma academia irreverente, promotor de empregabilidade e empreendedorismo, agente de transformação social, espaço de iniciativas estudantis e marco em atividades desportivas e académicas consolidadas.

A candidata a presidente da Federação afirma que “os estudantes podem esperar em 2017 uma FAP próxima”. “Queremos construir com as Associações de Estudantes um plano de estratégia e de ação política que permita maximizar os resultados da nossa atividade política em 2017”, explica. Além disso, o objetivo é também “ir mais longe no apoio às Associações de Estudantes, aos grupos estudantis e aos próprios estudantes, elevando e ajudando a consolidar os seus projetos, capacitando-os, como motor que a FAP deve ser”, acrescenta.

Ainda na educação, Ana Luísa Pereira quer “completar a formação dos estudantes com competências transversais que hoje não são adquiridas nos ciclos de estudos” e, desta forma, também “trabalhar as chamadas soft skills“. As soft skills são atitudes e comportamentos que facilitam a relação com os outros, melhoram o desempenho profissional e aumentam as perspetivas de carreira.

A solução, segundo Ana Luísa Pereira, passa por tentar conversar com as instituições sobre a questão dos ciclos de estudos e da sua adaptação e, depois, junto dos estudantes, divulgar as competências de comunicação, de relacionamento, entrevistas e currículo.

O desenvolvimento destas soft skills é feito, sobretudo, através de eventos e, por isso, a lista A quer “apostar mesmo muito” no “Somos Academia”, que é um programa de atribuição de apoios a pessoas singulares ou coletivas que promovam a dinâmica associativa da Academia do Porto. Os apoios são atribuídos de acordo com as áreas: Academia em Formação – eventos científicos e/ou de formação; Academia + – eventos no âmbito do emprego e/ou empreendedorismo; Academia ao Serviço – eventos ou atividades de cariz social; Academia em Movimento – eventos desportivos; Academia em Festa – atividades académicas e culturais.

“Consideramos que há grupos estudantis que fazem atividades muito bem em diversas áreas e nós queremos muito poder ajudá-los, poder elevar esses projetos”, sublinha.

FAP como espaço de iniciativas estudantis

O Pólo Zero, espaço de estudo, formação e acolhimento, inaugurado no mês passado, no centro do Porto, faz parte do espaço de iniciativas estudantis abertas em 2016 e que a lista candidata à presidência quer consolidar. “Criar um plano de atividades próprio”, “afirmar a sua proximidade aos estudantes e à cidade” e alargar o leque de parcerias (principalmente, a nível do apoio jurídico e desenvolvimento de projetos lá incubados) são algumas das missões da lista para o Pólo Zero, durante o próximo mandato.

Para que possa haver dinâmica no espaço, Ana Luísa Pereira adverte que qualquer aluno pode aproveitá-lo para “mostrar os seus projetos à cidade”.

Uma FAP consciente

No plano de estratégia e ação política, o objetivo é “pegar naquilo que são as posições da FAP e criar agenda com elas”, seja através de debates temáticos, ou datas específicas, como é o caso do Dia Nacional e Internacional do Estudante, os 30 anos do Erasmus+, o aniversário da FAP e das Instituições, entre outras. “Ou seja, pegar nestes momentos importantes e tentar criar uma estratégia que permita maximizar os resultados desta atividade da FAP e, nesse sentido, claro que é muito importante para nós que todos os estudantes estejam envolvidos”, remata.

A proximidade e envolvência que a candidata à presidência sublinha para o mandato de 2017 passa também pela consciência da realidade que envolve a Academia e não só. “Estarmos atentos ao que está a acontecer, para podermos dar os nossos contributos, ou seja, não só reagir quando as decisões já estão tomadas e tudo já aconteceu”, explica.

O desporto continua a ser uma das grandes apostas

Neste campo, as novidades chegam no Futebol de 11 e no Basquetebol 3×3, ambos também com a organização da Universidade do Porto (UP) e do Politécnico do Porto (IPP). “Este ano receberemos cá o Europeu de Futebol e recebemos também já a resposta para o Basquetebol (3×3) em 2019”, revela.

Como funcionam as eleições?

A FAP existe desde 1989, como representante do movimento estudantil na cidade do Porto. Reúne 27 Associações de Estudantes e é a imagem dos quatro subsistemas de Ensino Superior em Portugal: Universitário Público, Politécnico Público, Particular e Cooperativo e Ensino Concordatário.
O mandato dos elementos eleitos para os órgãos da Federação é de um ano.

A direção é composta, pelo menos, por nove elementos que têm de ser obrigatoriamente oriundos de associações de estudantes diferentes que sejam membros da Federação. Cada associação de estudantes federadas tem direito a um voto.

Os debates eleitorais aconteceram nesta quarta-feira (dia 23), sendo que na próxima quarta-feira (dia 30) é o dia da decisão final. Entre as 14h30 e as 19h30, na Sede da Federação Académica do Porto, decorre a Assembleia Geral eleitoral. A Tomada de Posse está prevista para 5 de dezembro, com local ainda a definir.

Após estas datas, a lista vencedora tem 30 dias para apresentar o plano de atividades, “esse será, sim, o momento em que serão discutidas as questões mais específicas”, explica a única candidata a presidente. Como exemplo, Ana Luísa Pereira aponta o plano de estratégia e ação política para as primeiras semanas de janeiro, “ou seja, não é uma coisa que vai já no plano de atividades, terá de ser maturado mais à frente”.