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Política

BEATRIZ GOSTA E JOVEM CONSERVADOR DE DIREITA DISCUTEM O FEMINISMO

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Marta Bateira, de 32 anos, assume no seu canal de Youtube a personagem Beatriz Gosta. É designer de moda e rapper e, com os seus vídeos, pretende quebrar tabus, de uma forma considerada por muitos como sendo “hardcore”. Beatriz pretende causar impacto “não só no movimento feminista, mas também no LGBT”, segundo a própria. O Jovem Conservador de Direita, por sua vez, começou por fazer comentários políticos na sua página do Facebook, tornando-se numa figura mediática das redes sociais. É também colonista do Jornal i. Esta terça-feira juntaram-se para partilhar ideias sobre o feminismo no Pólo Zero, no Porto.

A tertúlia teve início com a questão que dá nome ao evento: “são os movimentos feministas necessários?”. Para Beatriz, o feminismo é sinónimo de igualdade – “as mulheres só querem ter as mesmas oportunidades que os homens. Não queremos ter que estar sempre a provar que estamos ao nível do homem”, diz. Pelo contrário, o Jovem Conservador acredita que “temos de salvar as mulheres do feminismo”.

Seguiu-se uma reflexão sobre a lei da paridade, que Beatriz acredita ser uma forma das mulheres “se chegarem à frente”. Esta opinião foi contrariada pelo outro convidado, que afirma que esta quota é um sinal de “condescendência” para com o sexo feminino.

Quanto ao tema do trabalho sexual, o que mais preocupa Beatriz não é a atividade em si, mas o “mercado negro” à volta da mesma. O Jovem Conservador, por seu turno, afirma que aqui se coloca um confronto entre a objetificação da mulher e a sua liberdade: “Deus cria mais mulheres do que homens. Umas são para casar, as outras, pronto…”. Este tema abriu portas à questão da liberdade sexual. Para a youtuber, ninguém apoia as mulheres para que elas conheçam o seu corpo: esta tendência verifica-se desde a pré-adolescência. A forma como a masturbação masculina e feminina é diferenciada, influencia a forma como as mulheres vivenciam a sua sexualidade. Para o Jovem Conservador, a masturbação “é um pecado”, mas “antes a masturbação do que a violação”.

Tocando num ponto mais sensível, foi colocada a questão do aborto. Beatriz diz não ser a favor nem contra. No entanto, acredita ser uma realidade existente há muito tempo, que agora pode ser praticada com mais condições. O Jovem Conservador, pelo contrário, é “completamente contra”. Segundo o comentador, “as pessoas sabem para onde vão. O sexo tem prazer e o resultado positivo é ter um bebé”.

“A mulher não tem que se confinar à cozinha, pode ir para a sala”: esta afirmação do Jovem Conservador, levou o moderador a confrontar o convidado com o facto de este ser apoiante de Hillary Clinton. Para ele é simples – “a única alternativa era o Trump. Donald Trump é um ‘troll’ (…) ele exteriorizou muitas coisas que os republicanos pensam, mas nunca dizem”.

Uma das últimas questões disse respeito ao movimento sufragista das mulheres, que o Jovem Conservador considera ter sido bem sucedido apenas porque os homens assim o permitiram.

A tertúlia terminou com questões colocadas pelo público, que passaram por temas como a diferença entre as mulheres portuguesas e as brasileiras, a contraceção, traição, acesso a cargos de chefia e, um pouco além do tema central do debate, a reação da esquerda à morte de Fidel Castro.