Desporto
LIGAS EUROPEIAS 2014/2015: O FUTEBOL ESTÁ DE VOLTA
Um mês após ter terminado o Mundial realizado no Brasil, eis que as grandes ligas europeias estão de volta, prometendo o habitual espetáculo com a emoção que caracteriza o futebol.
Começando pelo nosso campeonato, é inquestionável que o favorito ao título é o Benfica, o detentor do troféu. A equipa liderada por Jorge Jesus perdeu jogadores importantes como Garay, Oblak, Rodrigo, André Gomes, Cardozo, Siqueira, Marković, entre outros, o que poderia significar uma mudança considerável no seu estilo de jogo. No entanto, frente ao Rio Ave, as águias conquistaram a Supertaça Cândido de Oliveira, deixando boas indicações de que os encarnados, embora tenham perdido algumas referências, prometem dar luta. Contudo, ainda faltam algumas semanas para terminar o mercado de transferências, e a (possível) ausência de Enzo Pérez deixará marcas no clube da Luz.
O Sporting é o clube que menos mexeu na sua estrutura, o que faz sentido, tendo em conta o desempenho na última temporada. O vice-campeão comprou alguns jogadores, uma vez que regressa às competições europeias, mas o destaque vai para o seu novo treinador, Marco Silva, que realizou um trabalho fenomenal ao serviço do Estoril-Praia. Será que os leões conquistarão o título que lhes escapa desde 2002? A aposta na academia é para ficar, pois tem reforçado o plantel principal com jovens das suas escolas, confirmando o estatuto de melhor formador em Portugal. O seu regresso à Liga dos Campeões é excelente para o futebol nacional.
O Futebol Clube do Porto deixou bem claro que não quer repetir o insucesso do ano passado. “Queremos continuar a perder de vez em quando, em vez de ganhar de vez em quando.” Pinto da Costa procedeu a uma autêntica revolução no plantel, apostando em Julen Lopetegui, campeão pela seleções de Sub-19 e Sub-21 de Espanha, para voltar a ser campeão. O 11 da equipa não parece estar definido, mas é inegável que a expetativa é altíssima após a contratação de mais de 10 jogadores, sendo (até ao momento) 6 deles espanhóis, dando a entender que o treinador portista teve um papel ativo nas aquisições dos dragões. Mesmo tendo perdido elementos-chave como Fernando e Mangala, a permanência de Jackson Martinez tem-se confirmado como o “melhor reforço” que o Porto poderia pedir. Na minha opinião, o Benfica é o favorito porque é o atual campeão. O detentor do título é quem parte na pole-position. No entanto, penso que são os azuis e brancos que estão mais pressionados, o que lhes confere uma preparação mais rigorosa e consistente para voltarem ao sucesso.
No país de nuestros hermanos, o Atlético de Madrid, durante muitos anos considerado o underdog, pela mão de Diego Simeone e através da força do seu coletivo, surpreendeu o mundo ao conquistar La Liga, perante um Barcelona instável e um Real Madrid inconstante. Se os duelos entre estes dois já eram intensos, partidas que coloquem o trio Ronaldo-James-Bale a Neymar-Messi-Suárez serão titânicos, aos quais se juntam contratações sonantes como Toni Kroos por parte dos merengues e de Ivan Rakitić por parte dos blaugrana. Enquanto adepto do futebol, aguardo ansiosamente este duelo, sem colocar os colchoneros num patamar inferior, embora acredite que as saídas dos seus jogadores essenciais será notória.
“Começo a época a dizer que queremos ser campeões“. José Mourinho assume, desta vez, que o Chelsea irá lutar pela Premier League, e no meu entender, são os favoritos a par do Manchester City. Perderam Frank Lampard para os citizens e David Luiz para os parisienses, mas “pescaram” no futebol espanhol Diego Costa, Filipe Luís, Césc Fàbregas e acautelando o regresso do guarda-redes Thibaut Courtois e do melhor jogador da história do clube, o veterano Didier Drogba, o que certamente tornará a Liga Inglesa (ainda mais) interessante. Realço o reencontro do Special One com o seu antigo mestre, Louis Van Gaal, agora no comando do Manchester United para limpar a má imagem do ano passado. O rival City garantiu Fernando e Mangala, e lutará para revalidar o título, tal como o Arsenal que comprou o chileno Alexis Sánchez e o Liverpool, que, sem a estrela Luis Suárez, terá que mostrar que o futebol é um jogo coletivo. Os encontros em terras de Sua Majestade são intensos, pelo que será uma época muito atrativa, com muitas dúvidas em relação ao vencedor, ou seja, dentro do estilo tipicamente britânico a que estamos habituados.
Na Alemanha, mais uma vez, a supremacia bávara deverá superiorizar-se ao Borussia de Dortmund, dado que um dos grandes jogadores de Jürgen Klopp, o polaco Robert Lewandowski rumou ao Allianz Arena, uma tendência cada vez mais comum entre os colossos do futebol alemão, após a transferência de Mario Götze. O clube que atua no Signal Iduna Park tem feito boas contratações, mas creio que o Bayern de Munique irá (novamente) levar a melhor.
Na Serie A, a Juventus é a favorita para a revalidação do scudetto, não só devido à sua dinâmica de jogo, como também devido à instabilidade dos rivais Milan e Inter, com a Roma e o Nápoles a serem os adversários que nos últimos anos têm surpreendido.
Em França, uma luta entre os novos ricos do futebol, Paris-Saint-Germain e Mónaco, é tudo o que poderemos esperar. Considero que o clube da capital gaulesa estará melhor colocado, dispondo de um plantel fortíssimo, evidenciando-se o sueco Zlatan Ibrahimović, o uruguaio Edinson Cavani, ou os brasileiros Thiago Silva e (o surpreendentemente central mais caro do mundo) David Luiz. Do outro lado, um Radamel Falcao sem o compatriota James Rodríguez, tornar-se-á mais fraco.
O futebol é magia, técnica e acima de tudo, imprevisibilidade. Mesmo os jogos apelidados de “sem interesse” poderão ser muito agradáveis. Não existem adversários “fracos”, dado que David pode derrotar Golias. A incerteza do mesmo, é o que torna o “desporto-rei”.
David Guimarães
16 Ago 2014 at 14:50
Caro Francisco Perez,
Dizes que “embora o Benfica parta como o candidato principal, penso que os azuis e brancos estão mais pressionados, e até mesmo melhor preparados para voltar ao sucesso.”.
Então se consideras que o Porto está melhor preparado, porque não achas que parte em vantagem para conquistar o título? Na minha opinião, o título anterior, só tem relevância se houver uma continuidade de grande parte da equipa, se existirem contratações de muita qualidade que mantenham ou melhorem a mesma, ou, se os concorrentes directos estiverem nitidamente mais fracos, o que não se verifica.
Se puderes justificar melhor…
Um abraço.