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Desporto

Basquetebol: FC Porto perde clássico e vantagem caseira nas meias-finais dos play-off do campeonato

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O jogo inaugural das semi-finais dos play-off tomou parte num Dragão Arena quase lotado. O FC Porto não conseguiu aproveitar o fator casa, perdendo assim o jogo contra os rivais lisboetas. Num jogo em que o Sporting CP esteve na frente, por grande parte do tempo, os dragões fizeram uma recuperação notável, mas mesmo assim insuficiente para garantir a vitória azul e branca.

Leões domam o Dragão

Um início do jogo complicado para ambas as equipas, com as posses de bola iniciais sem pontos. Foi através de uma reposição de bola que Marvin Clark II inaugurou o marcador para os dragões com um lançamento de três pontos.

Aos três minutos de jogo uma queda aparatosa de Max Landis assustou o banco azul e branco. Felizmente para Fernando Sá, treinador do FC Porto, o norte americano continuou a jogar sem mazelas. Num jogo quase sem pontos ao minuto quatro era o pavilhão quem proporcionava o espetáculo ao apoiar a equipa da cidade invicta.

As bolas começaram a entrar finalmente com triplos a aparecer dos dois lados. Um desses triplos, marcado por Lovett Jr., acabou por entrar de forma bastante caricata, provocando alguns suspiros de indignação vindos da bancada. Uma bola que bateu na parte superior da tabela e quase era dada como perdida, tornou-se numa bola feliz para os leões.

Do lado do FC Porto, era Miguel Queiroz quem alavancava a exibição portista, tanto ofensiva como defensivamente. Era a aliança entre a defesa de Queiroz, a eficácia de Myers e a velocidade de Miguel Maria que contribuía para a primeira boa vantagem portista (cinco pontos).

O primeiro quarto acabou com o resultado em 18-16. Apesar da baixa eficácia lisboeta a lançar durante o primeiro período, o elevado número de turnovers e faltas dos azuis e brancos equilibravam o encontro.

O segundo quarto começou com a mesma tendência com que acabou o primeiro, ou seja,  Sporting CP forçava turnovers ao FC Porto. Depois de Diogo Ventura voltar a empatar o jogo, os leões ganharam ímpeto fruto da passividade defensiva portista. O Sporting CP alcançou uma vantagem de cinco pontos num par de minutos, o que obrigou Fernando Sá a pedir um desconto de tempo.

As alterações propostas por Fernando Sá na paragem não resultaram. Os azuis e brancos, depois de três turnovers consecutivos, viam o Sporting CP aproveitar e criar uma vantagem de 12 pontos. Com cinco minutos por jogar, os leões mantinham um estilo de jogo simples e eficaz, enquanto os dragões tinham imensa dificuldade em marcar. Os pontos azuis e brancos surgiam apenas da linha de lance livre.

As reações às perdas de bola estavam lentas. E num capítulo ofensivo com poucas opções eram as iniciativas individuais de Myers que seguravam o entusiasmo portista. O jogo chegou ao intervalo com 32-45 no marcador. Com uma desvantagem de 13 pontos, o cenário azul e branco não era o melhor, mas ainda havia esperança nas bancadas para uma reviravolta épica.

Fotografia: Beatriz Basto

Esperança inglória

No regresso dos balneários, Marvin Clark II voltou a estar bem no início das partes e marca um triplo sem hesitação. Travante Williams respondeu de imediato.

O FC Porto veio do balneário motivado e conseguiu reduzir a desvantagem para menos de dez pontos. O Dragão Arena manifestava-se de contentamento e empurrava a equipa azul e branca para cima no jogo. Com a equipa da casa a subir de rendimento, a culpa era atribuída maioritariamente a Max Landis. O base portista levava a equipa portistaàs costas, fazendo a diferença diminuir com as suas iniciativas individuais.

No entanto, em contraste com o bom ataque azul e branco, a defesa dos dragões continuava demasiado passiva. Essa passividade a nível de pressão do portador da bola dos leões e dificuldade nas trocas defensivas permitia ao Sporting CP manter a vantagem a rondar a dezena de pontos.

O jogo entrou então numa fase muito física. A acumulação de faltas por parte dos lisboetas pagava bilhete constante à linha de lance livre para os dragões. Um FC Porto embalado pelo apoio dos adeptos crescia no jogo e forçava cada vez mais turnovers do Sporting CP. Chegou o fim do período com apenas quatro pontos de diferença (58-62). Ficava assim tudo em aberto para o derradeiro quarto.

Se Armwood começou o último quarto de pontaria afinada nos lançamentos de dois pontos, Landis mostrou a sua qualidade de três pontos. A diferença caía para apenas uma posse de bola. Os turnovers lisboetas sucediam-se e mais uma vez Landis de três pontos não falhou e empatou o jogo a faltarem oito minutos (66-66). 

A seis minutos do final, o ala dos leões, António Monteiro, foi excluído por cometer cinco faltas. Do lado azul e branco faziam-se notar os 14 pontos marcados por Max Landis apenas no derradeiro período. Acreditava-se que Landis ia ser capaz de conduzir a equipa portista à vitoria. Com a pressão do lado do FC Porto apareceram alguns erros e aumentou a falta de eficácia da equipa de Fernando Sá.

Já o Sporting CP jogava simples e falhava pouco. Os leões conseguiam assim uma valiosa vantagem de seis pontos com dois minutos e meio por jogar. Também Lovett Jr. a ter uma tarde inspirada chegou aos 20 pontos. Entretanto, a vantagem sportinguista aumentou para oito, o que despoletou um intenso apoio à equipa verde e branca vindo das bancadas do anfiteatro portista. Com o jogo quase decidido, os leões optaram por acalmar o ritmo. A pressa e as precipitações dos dragões ditaram o resultado (80-88). De destacar, do lado portista a exibição individual de Max Landis com 29 pontos. Do lado sportinguista, Lovett Jr. marcou 22 pontos.

Após o jogo, em conferência de imprensa, o treinador do FC Porto, Fernando Sá, confessou a vontade que tinha em ganhar o primeiro jogo a um adversário na máxima força. Disse ainda que “As contas são fáceis, temos de jogar quatro jogos. Precisamos de ganhar três, o Sporting dois.” Em declarações ao JUP, o técnico falou ainda sobre o fator casa na eliminatória, considerandonão ser determinante: “Já ganhámos aqui como também já perdemos”. Fernando Sá concluiu, ao ressalvar a importância de uma vitória no jogo dois, de modo a levar a eliminatória empatada para a capital portuguesa.

Já o treinador da equipa sportinguista, Pedro Nuno Monteiro, abordou ao JUP os ressaltos ofensivos da equipa portista, uma situação que já havia causado imensas dificuldades no último encontro entre os dois rivais ao Sporting CP. Quando questionado sobre a capacidade da equipa contrariar essa estatística, o treinador mostrou-se ainda insatisfeito: “Não os conseguimos evitar outra vez”. Porém, o técnicos realçou todos os aspetos do jogo que compensaram e ajudaram a equipa a obter esta importante vitória em casa dos dragões.

As meias-finais dos playoffs do campeonato continuam na próxima terça-feira. De novo no Dragão Arena, pelas 19h00, FC Porto e Sporting CP medem forças no jogo dois.

  

Artigo da autoria de Igor Emanuel Oliveira

Fotografias por Beatriz Basto