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Desporto

Basquetebol: FC Porto arrasado pelo Sporting CP e falha acesso à final do Campeonato Nacional

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A missão azul e branca era muito complicada, mas existia esperança na equipa portista. Essa esperança foi sendo arrasada ao longo do jogo. Um FC Porto completamente irreconhecível não dispunha das “armas” necessárias para parar uma equipa sportinguista embalada. Ao intervalo já era difícil acreditar numa reviravolta e o fosso pontual veio reconhecer os lisboetas como a melhor equipa desta eliminatória. Aplicando um sweep nos dragões, o Sporting CP vai defrontar o SL Benfica na final, enquanto o FC Porto dá por terminada a época.

Procuram-se pontos

Num pavilhão João Rocha quase lotado que contou com a presença do poste português dos Sacramento Kings, Neemias Queta, o Sporting entrou no jogo com a corda toda. Um parcial de 6-0 para começar a partida mostrou as intenções leoninas de acabar a eliminatória no jogo três. O FC Porto conseguiu responder com um triplo de Marvin Clark II seguido de dois pontos fáceis de Max Landis.

A qualidade do jogo individual de Marcus Lovett Jr. era chamada ao serviço desde cedo no jogo. O norte-americano leonino com um drible por trás das costas desmontou completamente a defesa dos dragões e marcou mais dois pontos. Enquanto Vladyslav Voytso empatava a partida a 14 a meio do quarto inaugural, com um triplo, Lovett Jr. fazia mais uma vez das suas. Com mais uma jogada individual de encher o olho o jogador do Sporting CP marcava um triplo excecional no soar da buzina.

Apesar do quarto muito equilibrado, que acabou com vantagem sportinguista de três pontos (24-21), Fernando Sá já percebia que ia ter uma constante dor de cabeça ao longo do jogo. Lovett Jr. acabou o primeiro quarto com dez pontos, apontando quase metade dos pontos da sua equipa. Os dragões não sabiam como o parar.

Depois de um primeiro minuto bastante atabalhoado com ambas as equipas a cometerem faltas ofensivas, Diogo Ventura dava um ar da sua graça. O capitão dos leões, inspirado, marcou cinco pontos em duas posses de bola. O FC Porto não conseguia marcar pontos e o Sporting CP conseguia um parcial de 10-0. Quase quatro minutos de segundo quarto e a equipa azul e branca ainda contava apenas com os pontos do primeiro quarto. A equipa da casa começava a “fugir” no marcador.

Foi o norte-americano Marvin Clark II quem finalmente colocou a bola no cesto pela equipa da cidade invicta. Os dragões voltaram à abordagem defensiva da defesa à zona. Depois de na terça-feira esta estratégia ter dificultado a vida aos lisboetas e ter permitido a aproximação no marcador, Fernando Sá tentou o mesmo método. Contudo a lição ficou bem estudada. A equipa de Pedro Nuno Monteiro conseguiu contornar quase na perfeição a zona portista.

Com as dificuldades dos azuis e brancos a continuarem, o Sporting CP conseguiu chegar ao intervalo com 15 pontos de vantagem (44-29). Faziam-se notar pela negativa os meros oito pontos apontados pela equipa nortenha. A falta de pontos tornava-se preocupante.

O show de Travante e Marcus

As equipas regressaram do balneário e a tendência do jogo manteve-se. Travante Williams de triplo começou o quarto da melhor maneira para os leões. As dificuldades em fazer pontos continuavam do lado azul e branco.

Por momentos pareceu estar a ocorrer um concurso de afundanços. Primeiro o base portista, Charlon Kloof, depois a resposta imediata de Armwood. Os dois jogadores atacaram a tabela com imponência e mostraram todo o seu atleticismo.

O FC Porto sem conseguir pontuar ainda tinha de se preocupar com um Travante Williams inspirado e de mão quente. A diferença entre as duas equipas chegava aos 20 pontos. A equipa de arbitragem do encontro atribuiu ainda uma falta técnica a Armwood por conduta imprópria.

Ver os dragões a atacar e a defender era sinónimo de desorganização. A um minuto do fim do quarto, o Sporting CP já levava 26 pontos de vantagem. Com uma equipa azul e branca quase resignada, era Kloof o jogador mais energético e o que mais tentava mudar o rumo do jogo. Contudo, o esforço do neerlandês era inglório. O quarto acabou mesmo com vantagem leonina de 27 pontos (74-47). 

O último quarto começava e os leões não abrandavam. Depois de dois quartos mais apagado, Lovett Jr. voltou a aquecer a mão com mais um triplo. Eram já 30 pontos de diferença e o FC Porto já jogava apenas pela sua honra.

O desequilíbrio inesperado do jogo afetava notoriamente os jogadores azuis e brancos. Mais uma vez, como já havia acontecido no jogo dois, Max Landis perdeu a cabeça. As constantes reclamações com a equipa de arbitragem e demonstrações de frustração levaram de novo à sua exclusão do encontro. Com duas faltas técnicas em segundos, Fernando Sá ficava, novamente, refém de uma das suas principais peças.

Ao olhar para dentro da quadra de jogo eram observados dois estados de espírito diferentes. Do lado azul e branco, os lançamentos continuavam sem cair no cesto, jogava-se o mais rápido possível e as precipitações e erros eram cada vez mais frequentes. A confiança estava claramente abalada. Do lado verde e branco, motivados principalmente pelas exibições de Lovett Jr. e Travante Williams, a satisfação nas bancadas era a palavra de ordem.

O jogo acabou com o resultado 94-66, marcando o que foi um resultado inesperado, pela diferença pontual.

A nível individual é de destacar Marcus Lovett Jr. com 31 pontos marcados e Travante Williams com 20 pontos, do lado sportinguista. Do lado azul e branco apenas dois jogadores ultrapassaram a dezena de pontos, Charlon Kloof e Miguel Queiroz, ambos com 12.

Este jogo marcou a eliminação do FC Porto do Campeonato Nacional de basquetebol e o fim da época para a equipa de Fernando Sá. Quanto ao Sporting CP, avança para a final do Campeonato Nacional onde enfrentará o SL Benfica. A final começará a 4 de junho no pavilhão Fidelidade, uma vez que os encarnados têm o fator casa por terem acabado em primeiro lugar na fase regular.

Artigo da autoria de Igor Emanuel Oliveira