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Desporto

Hóquei: Sporting CP derrota FC Porto e sagra-se Campeão Nacional

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Em desvantagem no play-off, depois da derrota no último jogo frente ao Sporting Clube de Portugal (Sporting CP), no Dragão Arena, o Futebol Clube do Porto (FC Porto) voltou a casa, este domingo, para defrontar os “leões”, em jogo alusivo ao quarto encontro da final da competição.

Com a consciência que uma derrota daria o título de campeão ao Sporting CP, os “azuis e brancos” queriam aproveitar o fator casa para igualarem o play-off e levarem as decisões finais para o quinto e derradeiro jogo. Por outro lado, em caso de vitória, os “leões” sucederiam aos “dragões”, atuais detentores do título..

Reviravolta nos segundos finais deu esperança” ao intervalo

Pressionado a vencer o encontro para não ver o rival festejar o título em sua casa, o FC Porto entrou na partida consciente que não havia margem para erro. Os dois treinadores repetiram o cinco inicial da última partida, que terminou com uma vitória por 6-4 para a formação “verde e branca”. 

Os “dragões” dominaram o jogo desde cedo, na tentativa de atingir com perigo a baliza de Ângelo Girão, guardião visitante. Nos primeiros minutos, foram os “azuis e brancos” a controlar a posse de bola e a acumular oportunidades de perigo. 

Os nervos dominaram as duas equipas e, ao minuto cinco, Matías Platero e Carlo Di Benedetto foram punidos com um cartão azul depois de um lance que gerou muita confusão na área leonina. 

Sem sucesso no remate mais junto à baliza, dada a boa exibição da defesa visitante, a alternativa teve que surgir de longe e, no mesmo minuto, Gonçalo Alves abriu o marcador do clássico. Com um remate “do meio da rua”, o goleador dos “dragões” colocou o FC Porto em vantagem por 1-0. 

A resposta do Sporting CP não tardou e, após uma jogada de dois para um num contra-ataque conduzido e finalizado por Gonzalo Romero, com o apoio de Toni Pérez, os “leões” empataram a partida. Ao minuto oito, foi a vez de Xavi Barroso furar as redes de Girão, através de um “tiro” de meia distância e colocar os “dragões” de novo em vantagem no marcador.

A jogar em superioridade numérica depois do cartão azul atribuído a Ferran Font, o FC Porto podia ter-se colocado numa posição de maior conforto. No entanto, Gonçalo Alves viu o guarda-redes leonino defender o livre direto por duas vezes e a trave a negar-lhe o golo na segunda recarga. 

Apesar dos “dragões” estarem por cima no jogo, foi a formação “verde e branca” a carimbar o quarto golo da partida. Ferran Font conduziu a bola desde a defesa, fintou Mena e rematou cruzado para igualar a partida a dois golos. Os erros do FC Porto, apesar de serem poucos, eram aproveitados pelos comandados de Paulo Freitas. 

Ao minuto 19, Carlo Di Benedetto viu cartão azul após falta no ataque portista e, na cobrança do livre direto, Gonzalo Romero enviou a bola ao poste da baliza de Malián. O Sporting CP aproveitou a vantagem de estar a jogar em superioridade numérica para se colocar na frente. 

Após uma simulação de remate e um passe cruzado de Ferran Font para o segundo poste, Toni Pérez encostou para a baliza de Malián e carimbou o 2-3 para os “leões” que estavam na frente do marcador pela primeira vez. 

Os últimos segundos da primeira parte levaram a uma reviravolta no jogo. A 20 segundos do intervalo, Mena acelerou pela esquerda e assistiu Rafa para o 3-3. Já a dois segundos do descanso, através de um livre direto conquistado após a décima falta sportinguista, Gonçalo Alves recolocou o FC Porto em vantagem com uma execução irrepreensível. 4-3 era o resultado ao intervalo. 

Eficácia “verde e branca” bateu maior número de oportunidades portistas

A segunda parte teve uma história diferente da primeira. Os “leões” entraram por cima no segundo tempo e através de uma jogada coletiva finalizada por Toni Pérez, que ficou esquecido no segundo poste, os visitantes empataram a partida a quatro golos. 

Ao minuto seis, o Sporting CP beneficiou de um livre direto após a décima falta portista, mas a defesa de Malián travou o remate de Gonzalo Romero. Com poucas ocasiões de verdadeiro perigo e com a consciência de que qualquer erro ia ter repercussões, a tensão no jogo aumentou e Gonçalo Alves e Toni Pérez viram cartão azul. 

Os jogadores leoninos mantiveram-se muito aglutinados na defesa o que complicou o jogo interior do FC Porto e fez com que os “dragões” só conseguissem chegar ao golo através de uma bola parada. Depois de uma falta de João Souto sobre Giulio Cocco, ao minuto 13, Gonçalo Alves fez o hat-trick e deu novo avanço aos “azuis e brancos”. 

Num jogo marcado pelo equilíbrio, pela intensidade e pela procura de golo, os visitantes empataram a partida em 5-5 a nove minutos do fim. Ferran Font voltou a conduzir o ataque leonino e assistiu Telmo Pinto que relançou o Sporting CP na partida. 

As equipas mostraram-se cautelosas e qualquer erro poderia ser crucial no desfecho do jogo. A quatro minutos do fim, o árbitro entendeu que Rafa jogou a bola com o patim e assinalou penálti a favor da formação de Paulo Freitas. Num lance muito contestado pela equipa portista, Ferran Font bateu Malián e carimbou o 5-6 a favor dos “leões”. 

O FC Porto pôs todas as fichas em jogo, tirou Malián da baliza e colocou cinco  jogadores de campo nos últimos minutos. A oito segundos do fim, um lance de bola parada podia ter relançado os “azuis e brancos” na partida mas, na cobrança do penálti, Ângelo Girão foi mais forte e o resultado manteve-se até ao fim da partida, o que carimbou o título para os sportinguistas. 

No final do encontro, Paulo Freitas, treinador dos “leões”, salientou a boa época da equipa que se sagrou Campeã Europeia e Campeã Nacional. O técnico realçou “a qualidade que o grupo tem e a forma como é comprometido” depois da conquista do título. Paulo Freitas deixou ainda uma palavra à equipa do FC Porto que considerou ter “dignificado muito esta final do play-off”. 

Guillem Cabestany, técnico dos “dragões”, admitiu que a equipa cometeu “erros na transição defensiva” e que o Sporting CP aproveitou esses erros para fazer a diferença. Na opinião do treinador espanhol, o resultado não foi justo, mas explicou que “o desporto não é justo, não premeia o trabalho, mas sim os resultados e temos de aceitar isso.” 

“Amanhã, quando acordar, terei acabado esta etapa e vou voltar à realidade do hóquei, saindo de um clube enorme, que nos dá todas as facilidades para poder trabalhar da melhor maneira. Gostava que este ciclo acabasse com um título, este grupo merecia”, concluiu.

O Sporting CP sagrou-se Campeão Nacional pela nona vez na sua história, depois de uma final disputada em quatro jogos que terminou com uma vitória por 5-6 no Dragão Arena, e um 3-1 no total da eliminatória. 

Artigo da autoria de Carolina Cardoso