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Desporto

Hóquei em Patins: 25 minutos para esquecer condenam FC Porto ao segundo lugar do grupo B na Liga Europeia

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Na sexta e última jornada da fase de grupos, e já com a certeza de estar confirmada a passagem à fase a eliminar, os “azuis e brancos” voaram até Itália para disputar o posto cimeiro do grupo B frente ao GSH Trissino (Gruppo Sportivo Hockey Trissino). Dentro do recinto, o desafio, que já se adivinhava árduo, acabou mesmo por espelhar a diferença entre os momentos de forma de ambas as equipas, colocando os portistas em rota de colisão com o SL Benfica (Sport Lisboa e Benfica) já nos quartos-de-final da prova.

Primeiro tempo a todo o gás

A precisar de triunfar para carimbar a primeira posição, foi o GSH Trissino quem deu o “pontapé de saída” no capítulo das oportunidades, através do italiano Giulio Cocco. O ex-avançado dos dragões, e a realizar uma temporada de sonho ao serviço dos transalpinos, contornou a baliza de Xavi Malián, mas falhou a finalização e viu a resposta de Gonçalo Alves obrigar Stefano Zampoli a esforços redobrados.

Passado pouco mais de um minuto, o número 77 voltou à carga, desta feita após remate de Rafa defendido pelo jovem guardião italiano. O goleador português não aproveitou a situação clamorosa e atirou por cima da baliza.

Já à passagem do minuto quatro foi o FC Porto quem tremeu, após uma finalização de Joan Galbas a longa distância sobrar em zona proibida para o stick de Francisco Ipiñazar, que, no cara a cara com Xavi Malián, não conseguiu enganar a muralha espanhola. Segundos depois, o pânico voltou a rondar a baliza dos “azuis e brancos”, quando João Pinto apareceu em posição privilegiada para faturar. Ainda assim, o número um dos portistas voltou a negar o tento à comitiva da casa.

Na reação, os dragões não perderam tempo e lançaram-se com tudo para a área contrária. Gonçalo Alves descobriu Carlo di Benedetto, que, com uma excelente receção orientada, encontrou espaço para disparar e atirou a contar. Transição clínica dos suspeitos do costume para inaugurar o marcador a favor dos elementos de Ricardo Ares (0-1).

Ainda assim, os transalpinos não faziam intenção de baixar os braços e Giulio Cocco liderou as hostes italianas no ataque: primeiro em lance corrido e depois no seguimento de uma falta sofrida nas imediações da área, a passe de Joan Galbas. Ambas as tentativas passaram ao lado as malhas portistas.

O ritmo de jogo no PalaDante estava frenético e o camisola sete italiano voltou a tentar a sua sorte a longa distância. O esférico tirou tinto ao poste da baliza dos dragões, que não demoraram a ripostar, desta feita por intermédio de Rafa, que obrigou Stefano Zampoli a uma defesa apertada.

No entanto, os transalpinos não tiravam o pé do acelerador e, em cerca de 30 segundos, somaram cinco (!) remates à baliza dos “azuis e brancos”. Se a princípio foi Giulio Cocco quem não conseguir fazer a “redondinha” transpor a linha de golo, depois foram os restantes jogadores de campo, Andrea Malagoli, Joan Galbas e Jordi Mendéz, respetivamente, que não conseguiram obter sucesso na finalização. Entre paradas de Xavi Malián e uma bola no ferro, o resultado manteve-se estático, para desespero dos adeptos da casa.

A meio da primeira parte, Xavi Malián voltou a sair por cima no duelo com Jordi Méndez, em lance de muito perigo no qual o keeper se impôs para vincar (ainda mais) o estatuto de figura da partida até ao momento.

À entrada para os 10 minutos finais, o FC Porto voltou a dar sinais de vida através de Roc Pujadas, que desperdiçou uma chance soberana de ampliar a vantagem, depois de Gonçalo Alves o ter isolado no seguimento de um primoroso contra-ataque individual.

Após um período de maior fulgor para os detentores do troféu, os dragões retomaram as rédeas do confronto e somaram dois lances de levar as mãos à cabeça. Ezequiel Mena começou por vislumbrar Rafa sem oposição, mas o internacional português não deu a direção certa à bola. Já num segundo momento, o campeão do mundo argentino tentou tomar a iniciativa de resolver por si, e, após triangulação exemplar com Telmo Pinto, ainda conseguir finalizar, mas sem força suficiente para representar uma verdadeira ameaça.

Nos últimos cinco minutos, as formações dividiram o domínio de jogo e ficaram ambas perto do golo. Especial destaque para Jordi Méndez, que, no vértice direito da área, atirou com muito perigo à malha lateral, e para Telmo Pinto, que, num movimento em tudo semelhante ao do espanhol, disparou uma autêntica bomba, travada pela máscara de Stefano Zampoli.

Só que, quando os portistas já contavam com o intervalo, eis que apareceu Giulio Cocco. O melhor marcador da WSE Champions League surgiu de rompante vindo do lado esquerdo do ataque italiano e apenas parou após Rafa o derrubar com o stick já dentro da área, sendo, desta forma, admoestado com cartão azul. A 14 segundos da pausa e a escassos metros da baliza, Giulio Cocco sacudiu a pressão e rematou de forma venenosa ao canto inferior esquerdo, com o esférico fora do alcance de Xavi Malián. Estava feito o empate, com as equipas a retornarem aos balneários com 1-1 no marcador.

Desgraça portista na segunda parte

Até foi Gonçalo Alves quem deixou o primeiro aviso, mas depressa se percebeu que o embalo trazido pelos italianos no final dos primeiros 25 minutos pressagiava maus ventos para os dragões. Ao terceiro minuto de jogo, Reinaldo García (que, por sinal, vai ingressar no GSH Trissino na próxima temporada) tentou colmatar uma distração portista no ataque de forma a evitar males maiores, no entanto acabou por cometer falta sobre Joan Gambas dentro da área. Da marca de penalty, Giulio Cocco mudou a direção, mas manteve a eficácia, confirmando a cambalhota no marcador, que se fixava agora em 2-1.

Os “azuis e brancos” procuraram dar troco no imediato, porém Roc Pujadas voltou a perder o frente a frente com Stefano Zampoli. No entanto, e apesar da ousadia ofensiva do FC Porto, acabou por ser a defesa dos dragões que claudicou nos momentos decisivos. À passagem do quarto minuto de jogo, o GSH Trissino aproveitou uma perda de bola para magicar uma situação de superioridade númerica, finalizada com régua e esquadro por Jordi Méndez após assistência de Joan Galbas. Voltava a funcionar o marcador, e novamente para o mesmo conjunto, 3-1.

Com vantagem de dois golos, e a precisar de a segurar para certificar a liderança no grupo, o GSH Trissino “meteu gelo” no encontro, e só aos oito minutos e meio voltou a haver ação no PalaDante, quando João Pinto, após assinar jogada de ataque, impediu a transição portista com falta, tendo esta sido a décima para os elementos da casa. Na conversão do livre direto, Carlo di Benedetto manteve a concentração e, com destreza, bailou em frente a Stefano Zampoli, que só se fez à bola quando esta já repousava no fundo da baliza. 3-2 no placar e o FC Porto relançado na discussão.

Mas quando as labaredas dos dragões ameaçavam ganhar novas proporções, surgiu o bombeiro Andrea Malagoli, que, a passe genial de João Pinto, apareceu solto nas costas da linha defensiva “azul e branca” para conter as chamas do conjunto de Ricardo Ares. Trabalho delicioso do chef angolano a servir o italiano, que só teve de dar o toque final. Reposta a vantagem de dois tentos, com 4-2 no marcador.

O FC Porto não baixou os braços e viu o treinador colocar um cinco extremamente ofensivo tendo em vista o alcance de, pelo menos, um empate que garantisse o primeiro lugar. Contudo, o resultado não poderia ter sido mais distinto. O GSH Trissino neutralizou o poder de fogo dos dragões e Joan Galbas aproveitou o esférico deixado por Jordi Méndez para fuzilar Xavi Malián do meio da rua e sentenciar a partida, para delírio dos fãs. A seis minutos e meio do fim, estava de rastos a formação portista, que via agora o primeiro posto do grupo mais longe (5-2).

Carlo di Benedetto, um dos sinais mais do FC Porto no encontro, ainda tentou alterar o destino da partida, no entanto, esse parecia já estar escrito nas estrelas. Depois da décima infração dos dragões, por entrada de Roc Pujadas, Giulio Cocco voltou a dispor de uma bola parada para arrumar com a questão de vez, e não vacilou. O avançado rematou de forma praticamente idêntica ao seu primeiro golo para selar o hat-trick e fazer o 6-2 final.

Até final os “azuis e brancos” ainda voltaram a ser premiados com uma bola parada, na sequência da décima quinta falta do GSH Trissino, todavia desta vez o poste já nada quis com Carlo di Benedetto, que viu a sua conversão sair para for depois de esbarrar no ferro. Sem mais tempo para jogar, o resultado manteve-se inalterado e o FC Porto vê o seu mau momento persistir depois de uma pausa nas competições.

Com este resultado, o FC Porto terá agora que enfrentar na próxima fase da competição o SL Benfica (que vive um momento bem mais exuberante na temporada, ocupando, por esta altura, o primeiro lugar do Campeonato Nacional), enquanto o GSH Trissino vai defrontar a UD Oliveirense (União Desportiva Oliveirense), que concluiu a fase de grupos logo atrás das águias, ao somar 10 pontos. Os jogos dos quartos-de-final realizam-se às 18 horas dos dias quatro e cinco de maio, respetivamente.

Artigo da autoria de João Pedro Gomes