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Desporto

BAYERN – PORTO

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António Aroso

António Aroso

O jogo da 2a mão dos Quartos-final da Liga dos Campeões entre o Bayern Munique e o FC Porto foi muito diferente do jogo da 1a mão e interessa pensarmos e reflectirmos no que mudou de um jogo para o outro. O FC Porto manteve a sua estrutura posicional habitual, em 4-3-3, embora todas as características do seu modelo de jogo tenham sido alteradas, em boa parte explicadas pelo poderio adversário. Apresentando-se no Allianz Arena sem os seus habituais laterais titulares, de fora por castigo, penso que o descalabro portista se pode começar a explicar a partir desta situação. Tanto Danilo como Alex Sandro, dois laterais de reconhecido valor, são capazes de defender bem e atacar melhor, importantíssimos para dar a largura e a profundidade ao jogo do FC Porto em fase de organização ofensiva. Os jogadores que os substituíram, Reyes e Martins Indi, são centrais de raiz, não têm rotinas como laterais, nem rotinas com os extremos do respectivo lado, não têm capacidade para subir no terreno, o que dificultou aos jogadores do meio campo azul e branco, Casemiro, Herrera e Oliver, libertarem-se das marcações apertadas do meio campo alemão, por parte de Muller, Thiago e Xabi Alonso. Questiono mais o facto de o FC Porto não ter 2as linhas para as posições de laterais capazes de dar uma resposta positiva, do que a escolha de Reyes em detrimento de Ricardo Pereira que à partida seria a aposta mais provável. O FC Porto com uma linha defensiva e de meio campo muito baixa, os laterais sem projecção ofensiva, o meio campo maniatado pelas fortes marcações alemãs, foi muitas vezes obrigado a jogar longo para Jackson. Os extremos Quaresma e Brahimi sem apoio dos laterais e sem aproximação habitual dos homens do meio campo, não tinham grandes soluções, ainda assim, Quaresma procurou mais espaços interiores enquanto Brahimi forçou mais situações de 1×1 sendo sempre inconsequente. O Bayern apresentou-se desta vez numa estrutura de 4-4-1-1, no Dragão desenharam um 4-3-3, Badstuber jogou no lugar do criticado Dante no eixo defensivo, Lahm jogou descaído sobre o lado direito do meio campo, Xabi Alonso e Thiago no centro do meio campo, Gotze no lado esquerdo e Muller no apoio a Lewandowski. Os alemãs entraram em campo com uma atitude competitiva muito intensa, agressivos sobre a bola, com um bloco muito subido, jogo interior muito forte, a fazerem uma pressão muito alta cobrindo assim as linhas de passe para Casemiro, Herrera e Oliver, deixando para os centrais Marcano e Maicon a responsabilidade de decidir o que fazer à bola, o que retirou desta forma capacidade de circulação de bola, capacidade de mudança de flanco de forma eficaz e obrigou a jogar longo para Jackson Martinez. De referir a importância da entrada do central alemão Badstuber, a sua qualidade de passe longo permitiu uma nuance importante na saída de bola por parte do Bayern quando Jackson, a exemplo do que aconteceu na 1a mão, pressionava a referência Xabi Alonso na 1a fase de construção de jogo. Em conclusão, podemos dizer que passou a melhor equipa, mais experiente, com mais tempo de assimilação de princípios de jogo, mais qualidade individual e colectiva.

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1 Comment

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  1. David Guimarães

    2 Mai 2015 at 1:32

    Amigo Tó Aroso,
    Levantas uma questão interessante, a da ausência de laterais. Um bom lateral esquerdo espanhol não foi inscrito (Jose Angel), um bom lateral direito da selecção ganesa foi emprestado sem jogar nem um minuto na equipa A… Será isto um exemplo de má gestão de plantel?
    Um abraço!

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