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Artigo de Opinião

Fenómenos climáticos raros: uma consequência dos nossos comportamentos

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Está a nevar no Brasil! Conseguem acreditar? No Brasil, um país onde nevar é um fenómeno tão raro!

Recentemente, saiu a notícia que ninguém esperava ver. As ruas do Brasil encheram-se de neve e a população pôde presenciar aquilo que nunca havia visto antes – as ruas pintadas de branco. O facto é que este fenómeno não teria ocorrido se o efeito das alterações climáticas não se fizesse sentir com tanta intensidade como atualmente acontece.

Parece-me que muitas pessoas não estão a par do estado atual do nosso planeta ou, se estão, não demonstram importar-se. Continuam a deixar resíduos espalhados pelas ruas, lixo na praia (e, consequentemente, no mar), a destruir pequenas plantinhas que veem a seus pés, a consumir mais do que o que necessitam… Os jovens estão nas ruas a protestar, a pedir às gerações mais velhas que acordem e que comecem a agir como se a sua casa estivesse a pegar fogo. Ainda assim, a maioria de nós continua a agir como sempre agiu. Estamos presos num sistema? Nós realmente queremos sacrificar alguma coisa? Ou apenas acreditamos que não podemos fazer a diferença?

Julgo que não estamos a sacrificar nada. Estamos a deixar a Terra morrer sozinha. E se apenas uma parte da população ajuda a salvar o planeta, tudo o resto está a contribuir cada vez mais para o seu desgaste. Para que realmente víssemos alguma diferença, o esforço deveria ser coletivo, de toda a população, não apenas de alguns. No geral, a maior parte de nós não está a tentar mudar os seus hábitos e a ajudar a corrigir o problema que ameaça trazer cada vez mais estragos.

Lentamente, tudo morre e a vida desaparecerá. Já não temos muito tempo para salvar o planeta, deveríamos agir imediatamente. Os animais em extinção e o clima a mudar tão drasticamente são as maiores provas de que o ser humano caminha direto para um túnel escuro sem fim. No entanto, nada disso parece fazer mudar opiniões e hábitos.

É como uma bola de neve: com a destruição do planeta, vem a destruição do ser humano, e com isso, a perda de tudo o que lutámos para conseguir. Todo o esforço se tornará um desperdício de tempo, se a vida realmente deixar de existir em poucos anos. Nós estamos a abrir mão das maravilhas do “planeta azul”, sem perceber. Estamos a desperdiçar à toa aquilo que mais deveríamos proteger.

Neste momento, encontramo-nos numa posição muito desfavorável. Deixámos que o planeta atingisse um estado grave e não estamos suficientemente preocupados com recuperá-lo. Os verdadeiros culpados pelas alterações climáticas somos nós, os seres humanos. E as alterações climáticas constituem um problema real, atual. Foram elas que trouxeram a neve até ao Brasil e os dias de inverno em pleno mês de julho a Portugal.

A vontade de “ter sempre mais” levou-nos a esta situação. A ambição, o aumento da população e as suas novas necessidades obrigaram-nos a exigir do planeta mais do que ele pode oferecer. E o facto de sermos uma sociedade cada vez mais consumista levou a diversas consequências ambientais que hoje testemunhamos. São inúmeras as evidências. É verdade que a população cresceu em grande escala, mas serão necessários tantos gastos?

As gerações futuras viverão num planeta destruído, poluído, sem recursos, sem diversidade. Isso, claro, se chegarem a conseguir habitar por cá. Se não mudarmos o nosso comportamento, não sabemos sequer se alguma vez eles chegarão a pisar o planeta. Eles, assim como nós, estarão em perigo, se nada fizermos para corrigir esta situação.