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MUNDIAL 2014 – O TEMPO EM QUE A ALEMANHA TOMOU UM CONTINENTE

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José Peixoto

José Peixoto

É o país que esteve no centro das 2 Grandes Guerras, teve nos mais diversos âmbitos um papel de relevo na História da Humanidade. A Alemanha é hoje a Melhor Seleção do Mundo. Provou-o durante o último mês. É verdade, já passou um mês. Parece que ainda ontem assistíamos à cerimónia de abertura do Mundial 2014 no Brasil e hoje vemos consagrada a nação teutónica como aquela que chegou ao jogo decisivo e leva para casa o troféu que todos os miúdos sonham um dia conquistar.

Foi um campeonato espetacular, com um Brasil que pareceu fazer mais do que aquilo para o qual se esperava que alguma vez tivesse capacidade, com uma Espanha que foi profundamente arrasada por uma Holanda e por um Chile que protagonizaram exibições brilhantes apoiados em jogadores como Arjen Robben e Alexis Sanchéz, respetivamente. Seleções como os Estados Unidos ou a Argélia surpreenderam pela positiva, os primeiros motivados por um treinador, Jurgen Klinsmann, que conseguiu passar a sua experiência de estrela alemã que foi em tempos e uniu um povo no apoio ao seu país, mesmo conjugando isto com a exclusão de Landon Donovan da sua convocatória, e os argelinos apoiados numa equipa jovem, forte e muito dotada tecnicamente. Destaques para o regresso da França às boas participações, ainda com algum trabalho pela frente mas a deixar bons indicadores para o futuro, para a Suíça orientada por uma velha raposa do futebol, Ottmar Hitzfeld, e possuidora de uma geração de jogadores muito jovens, finalistas vencidos do europeu sub-21 de há 3/4 anos, para a fraca prestação de Portugal que ficou muito aquém das expectativas. Não esquecendo ainda a prestação da Grécia, orientada pelo português Fernando Santos e que se bateu a cada partida como um verdadeiro exército de guerreiros, lutando em cada momento como se fosse o últimos, tendo vindo a cair aos pés da Costa Rica, surpresa maior deste Mundial, uma vez que sendo outsider do seu grupo conseguiu vencer o grupo onde estavam também Inglaterra, Itália e Uruguai. Nota de destaque ainda para a Colômbia, impulsionada por exibições de encher o olho de um James Rodriguez que se tornou um dos maiores merecedores do prémio de melhor jogador do torneio.

Mas de todas as seleções foi a que mais merecia quem levou o troféu para casa. Se houve algo que distinguiu a Alemanha das outras seleções foi que esta deu um real sentido à palavra EQUIPA. A Alemanha não tem um Ronaldo, um Messi ou um Neymar. Mas tem um Neuer, que é talvez o melhor guarda-redes existente no mundo, é uma muralha para qualquer adversário, protagonizou defesas incríveis e algumas quase impossíveis, sendo que foi peça chave na Final, acabando por ser eleito o melhor guardião da prova. A Alemanha tem um Phillip Lahm, um jogador que realiza exibições regulares e de elevado nível, sem nunca facilitar, é tido como um relógio suíço, que orienta e comanda (é o capitão) esta Mannschaft. Tem um Schweinsteiger que é já um velho conhecido do mundo do futebol como um cérebro do jogo, é ele o artista que cria e pensa todo o jogo alemão, aliado ao poderio físico de Khedira e ao poderio também criativo de Kroos, que tem elevado a sua imagem e deixado claro que é um dos melhores médios da atualidade. Tem um Klose que é um matador, é alguém que aparece nos momentos oportunos e que não vacila, tendo batido a marca de Ronaldo o Fenómeno como melhor marcador de sempre da prova, é um jogador feito para grandes torneios. Tem Hummels, tem Boateng, Ozil, Podolski, Gotze. Mas tem alguém que para mim se tornará numa Lenda. Thomas Muller, tem 24 anos, já ganhou uma Liga dos Campeões, já foi considerado o melhor jogador do torneio (2010), já leva 10 golos apontados em jogos da prova e acaba agora por vencer o troféu com que todos sonham. Não duvido que ele possa no próximo ou nos próximos 2 Mundiais bater a marca do compatriota Klose e assim voltar a fazer história.

Tudo isto é a Alemanha, é uma EQUIPA. Tem uma série de peças fundamentais e vistosas que juntas e sincronizadas fazem esta seleção tornar-se numa máquina destruidora que arrasa tudo por onde passa. Foram a 8 finais de Mundiais, venceram 4, e em todas as participações só por 1/2 vezes não ficaram nos 4 primeiros lugares. Têm na sua história lendas como Franz Beckenbauer, Lothar Mathaus, Sepp Mayer, Schumacher, Gerd Muller, Oliver Kahn, Michael Ballack, etc. Este é o país com resultados mais consistentes na modalidade e é com a sua visão disciplinada, trabalhadora, empenhada, rígida, consistente, e com a sua frieza que conseguem tirar os resultados que tiram e servem de exemplo para outros países. Muito mais poderia dizer mas o que há a destacar é o que esta equipa é, um Hino ao Futebol e à sua História, e creio que tudo o que se possa dizer se resume ao que Gary Lineker disse outrora: “Futebol é 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha”.

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1 Comment

1 Comment

  1. David Guimarães

    18 Jul 2014 at 14:58

    José Peixoto,

    Fico incrédulo quando diz: “com um Brasil que pareceu fazer mais do que aquilo para o qual se esperava que alguma vez tivesse capacidade”.
    Mas, para que é que não tinha capacidade na sua opinião? Chegar às meias-finais de um Campeonato do Mundo realizado em casa? Ser humilhado por 1-7 frente à Alemanha é pouco, estava à espera de mais golos de diferença?

    Desculpe a agressividade mas não compreendo o seu ponto de vista.

    Com os melhores cumprimentos

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