Futsal: Portugal vence Cazaquistão e garante lugar na final do Mundial

Depois de vencer a Espanha por 4-2 e de se ter qualificado para as meias-finais da prova a decorrer na Lituânia, foi a vez de Portugal defrontar o Cazaquistão, esta quinta-feira, em mais um jogo do Mundial. A vitória de Portugal significava a passagem à final da competição, algo que nunca tinha acontecido na história da Seleção Nacional.

Tudo a zeros

Logo ao minuto três do encontro, os portugueses tremeram depois de um lance de golo do Cazaquistão. Numa oportunidade da seleção rival, o Cazaquistão superiorizou-se à defesa portuguesa e colocou a bola nas redes da “seleção das quinas”. No entanto, depois da análise do vídeo árbitro, o lance foi anulado depois de se confirmar que bola tinha saído pela linha lateral antes do passe que antecedeu o golo. 

O marcador assinalava o nulo, mas ambas as seleções demostravam que queriam a vitória, mas em especial Portugal depois da primeira chamada de atenção do Cazaquistão. Nos minutos que se seguiram, a seleção do Cazaquistão ainda criou algumas situações de perigo, mas não tardou muito a que os lusos respondessem. Pany Varela ainda tentou o golo, depois de uma jogada combinada com Zicky Té, mas Léo Higuita, guardião do Cazaquistão, impediu a finalização com uma grande defesa. 

Portugal mostrou-se mais controlador na primeira parte, com uma mais posse de bola e uma maior construção ofensiva. Os portugueses viram-se obrigados a exercer uma maior pressão sobre o adversário, de maneira a condicionar a tática de jogo do Cazaquistão. Ainda assim, isso não impediu que aos 17 minutos, Taynan, jogador do Cazaquistão, remata-se à barra da baliza portuguesa.

A alguns segundos do final da primeira parte, Bebé, guarda-redes português, saiu da baliza para evitar o possível golo de Orazov e acabou por sofrer falta na área portuguesa. A quinta falta assinalada aos cazaques fechou uma primeira parte sem golos.

Vitória portuguesa adiada 

Depois de uma primeira parte marcada por vários lances de perigo do Cazaquistão e pelo desacerto português na finalização, Portugal chegou à vantagem aos 23 minutos, através de Pany Varela. O jogador do Sporting Clube de Portugal foi assistido por Miguel Ângelo, isolou-se no corredor direito e rematou para o golo, o sexto na prova. O golo ainda foi analisado devido a uma potencial falta, mas acabou por ser validado.

Apesar de Portugal estar superior no encontro e de ter resistido à pressão do Cazaquistão, com Bebé a brilhar na baliza depois de recuperar da lesão da primeira parte, o golo rival acabou por surgir nos segundos finais do tempo regulamentar. Dauren Nurgozhin, jogador do Cazaquistão, desviou em cima da linha de baliza, marcou e prolongou o jogo e a ânsia por mais dez minutos. 

Portugal faz história

Na primeira parte do prolongamento, Portugal viu-se pela primeira vez em desvantagem, depois de um golo de Douglas Júnior. O jogador do Cazaquistão, colocou os cazaques a vencer na marcação de um livre que passou entre as pernas de Bebé, que, depois de várias defesas brilhantes, não conseguiu parar o remate do adversário. 

Portugal viu-se forçado a responder e foi no final da segunda parte do prolongamento, já depois de várias ameaças de ambas as seleções, que conseguiu chegar ao empate. Higuita defendeu quase tudo o que havia para defender, menos o remate de Bruno Coelho no minuto final do prolongamento. Assistido por Pany Varela, Bruno Coelho empatou a partida e levou o jogo para as grandes penalidades. 2-2 foi o resultado final do prolongamento..

No desempate através dos penáltis, Portugal foi mais feliz. Bebé defendeu o primeiro remate, Pany Varela foi o único português a falhar e Vítor Hugo, que substituiu Bebé após as primeiras duas tentativas cazaques, defendeu um dos penáltis. Na grande penalidade que dava a vitória a Portugal, Tiago Brito bateu Rauan Atantayev e confirmou a passagem dos portugueses à final.

Em declarações, Jorge Braz, Selecionador Nacional, reforçou a importância dos jogadores terem acreditado e não deixou de reforçar a qualidade do futsal português que é “do melhor do mundo”. “Quando vi que tinha terminado empatado e que íamos a penáltis, a única coisa que disse foi: vamos ganhar”, admitiu.

Tiago Brito, que oficializou a vitória portuguesa nas grandes penalidades, reforçou que “o grande objetivo foi atingido”. O jogador salientou ainda a qualidade da seleção adversária. “Apanhamos um excelente adversário, mas fomos até ao limite das nossas forças e saímos vitoriosos nos penaltis”, afirmou. 

Depois de superar o melhor resultado de sempre na competição, nomeadamente, o terceiro lugar alcançado em 2000, na Guatemala, Portugal vai disputar a final do Mundial de 2021, no domingo, pelas 1800h, frente à campeã Argentina, enquanto o Cazaquistão vai medir forças com o Brasil no jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar.

Artigo da autoria de Catarina Leite